sábado, 27 de setembro de 2014

Sherlock Holmes e o desaparecimento na USP

Era uma segunda-feira ensolarada, uma típica tarde de início de primavera. Holmes acordou na sua cama de hotel com o toque do telefone, porém não o atendeu imediatamente.
- Watson, algum de seus amigos está ligando.
- Que amigos, você sabe que não conheço ninguém aqui no Brasil – respondeu Watson sonolento sem abrir os olhos.
- Não importa, o telefone está ao seu lado, atenda por favor, não aguento mais esse barulho – insistiu Holmes
Watson gemeu e virou-se para atender a chamada.
- Alô?
- Alô, senhor Watson? – perguntou a já conhecida voz do atendente do Hotel.
- Sim, sou eu. – respondeu em tom rabugento.
- O senhor está com o Sr. Holmes dividindo o mesmo quarto, não está? – indagou com a voz um pouco insegura.
- Infelizmente sim, apesar de termos pedido duas suítes. Se conseguiram liberar outra suíte, é tarde demais, partimos amanhã de noite de volta para Londres...
- Na verdade senhor, estou com um homem aqui que deseja muito ver o Sr. Holmes, acredito que seja importante, ele me parece preocupado.
               - Diga a ele que espere então, senhor...
               - Souza, senhor, sou o senhor Souza.
               - Então, senhor Souza, peça para que ele nos aguarde no saguão de entrada.
               - Entendido, obrigado e desculpe o incômodo senhor.
Após quinze minutos, tempo necessário para que os dois levantassem e se vestissem devidamente dentro do quarto, que segundo Holmes não foi feito para abrigar dois seres humanos de forma decente, saíram para encontrar o homem que os aguardava.
Em pé, esperando do lado de fora, estava um homem fumando, tinha aspecto nervoso, com uma mulher ao seu lado também fumando e parecendo preocupada. Foi o casal que veio ao encontro dos dois após apagar com pressa seus cigarros.
- Sr. Holmes? – perguntou o homem
- É o que parece – respondeu Holmes sem sorrir.
- Que bom que o encontramos, ficamos sabendo que o senhor estava no nosso país e não conseguímos deixar de procurá-lo. – começou a mulher aflita – desculpe, ainda não nos apresentamos, somos o senhor e a senhora Santos.
- É um prazer conhecê-los – disse Watson estendendo a mão com um sorriso claramente forçado.
- Sabemos que está aqui a trabalho, porém, se tiver um tempo poderia tentar ajudar em nosso problema? – perguntou a Sra. Santos.
- Na verdade – disse Holmes – terminamos tudo o que viemos fazer há algumas horas, estávamos dormindo como devem ter reparado, mas como não tenho nada melhor para fazer até amanhã aceito ouvir o que tem a dizer.
- Oh, me desculpe, não queríamos causar incômodos... – Holmes acenou com a mão para mostrar que não tinha importância e ela deveria prosseguir – ahm... o que acontece Sr. Holmes é que nosso filho está desaparecido desde sexta-feira, ou melhor, sábado de madrugada, já estamos desesperados, a polícia não tem pistas, não sabemos mais o que fazer....
- Certo, vou me inteirar sobre o assunto e caso descubra algo irei ajudá-los, mas lembrem-se que ficarei até amanhã a noite na cidade apenas.
- Qualquer ajuda será bem vinda e bem paga Sr. Holmes – disse agradecido o Sr. Santos. – ele foi visto pela última vez por alguns amigos em uma festa na madrugada de sábado, eles disseram que ele saiu para buscar uma bebida as 4:30 e não voltou mais. A festa foi na Universidade de São Paulo, em um espaço usado para eventos, é um local grande, havia cerca de cinco mil pessoas no local, mas isso é tudo o que sabemos até agora.
- Muito bem, voltarei para meus aposentos agora pois necessito de um descanso para poder pensar mais claramente, mas amanhã irei investigar o local da festa para tentar descobrir algo a mais.
Eles combinaram um horário para se encontrar no dia seguinte e depois se despediram.
Na manhã do outro dia Watson e Holmes se dirigiram à universidade onde a festa havia acontecido. Na entrada, porém, já havia alguns carros de polícia. Eles desceram do táxi e dirigiram-se a pé da entrada até onde um grupo de policiais se aglomerava. O Sr. e a Sra. Santos também estavam lá, chorando e sem poder falar.
- Sou o Sr. Holmes, fui contactado pela família para.... - disse Holmes apontando para o casal
- Fomos avisados senhor, siga por favor até a raia olímpica, em frente. O corpo foi encontrado boiando lá agora há pouco por um dos instrutores de remo que trabalha no local.
Continuaram até onde o corpo estava, e pediram para que levantassem o plástico que o cobria, para poder analisá-lo. O chefe de polícia fez constatações enquanto Holmes observava o cadáver, agachado:
- Como o senhor pode ver, ele tem escoriações na lateral do rosto. Ele deve ter entrado em uma briga com os seguranças da festa, devia estar bêbado, essas ocorrências são bastante comuns nesse tipo de festa, onde as pessoas bebem muito. Esses jovens não sabem se controlar, e a segurança está sempre muito longe de ser profissional...
- Obrigado chefe de polícia.... – disse Holmes, cortando a fala do policial no meio.
- Lima senhor, chefe Lima.
- Certo, chefe Lima, já recolhi todas as informações de que preciso por enquanto, vou continuar as minhas investigações em um lugar mais reservado, se nos permite...
- Claro, fique a vontade.
- Me acompanha por uma volta Watson? Gostaria de dar uma olhada nas imediações.
- Sim, sem problemas – respondeu Watson.
Decorrido um tempo em que Holmes ficou bastante calado e os dois circularam pelo local onde tudo havia acontecido, eles decidiram ir até a faculdade de arquitetura, onde poderiam almoçar. Após servirem-se, sentaram-se em uma mesa no canto. Watson, aparentemente muito calado e pensativo, parecia tentar entender e desvendar o que poderia ter ocorrido.
- Você parece intrigado, meu caro Watson.
- Sim, estou tentando chegar a uma conclusão sobre o ocorrido, não me sinto bem indo embora e deixando uma família com tais problemas, sem ter ajudado.
- Quanto a isso não se preocupe, escreverei uma carta agora mesmo explicando tudo e poderemos deixá-la na delegacia a caminho do nosso hotel, voltaremos a Londres com tudo resolvido.
- Mas o quê? Os exames para saber como ele morreu só estarão prontos em um mês, como chegar a uma conclusão sem nem...
- Ora Watson, este crime não foi feito por nenhum profissional, aliás, foi feito por pessoas desesperadas, o que facilitou tudo.
- Me explique por favor.
- Mas é claro. O corpo não apresentava nenhum sinal de assassinato em briga, ou facadas, ou estrangulamento, ou nada que pudesse levar a pensar em uma morte desse tipo. Nessas festas algumas pessoas utilizam drogas, e nem sempre sabem a origem, entende onde quero chegar?
- Mas e as marcas na lateral do rosto e no lábio? Como foram feitas, então?
- Simples, os amigos da vítima haviam comprado alguma droga e oferecido-a, o que fez com que ela viesse a ter uma reação inesperada e morresse. Esses amigos não queriam se comprometer nem com a família e nem com a polícia, com medo de serem considerados culpados, por isso, e provavelmente também sob efeito de drogas, arrastaram e esconderam o corpo em um dos muitos matagais aqui da universidade. Eles voltaram para casa, e perceberam que não poderiam simplesmente deixar o corpo lá, pois iria começar a chamar a atenção e alguém descobriria logo. Sem poder voltar para a universidade no domingo, quando o acesso é controlado apenas para alunos, vale lembrar que eles não são alunos daqui, voltaram apenas na segunda-feira. Esperaram até o movimento de pessoas no local ser praticamente nulo, arrastaram o corpo, causando mais marcas na face, e livraram-se dele no que lhes parecia a solução mais óbvia, o rio onde pratica-se esportes ao lado do local da festa. O que eles não sabiam, por não serem estudantes daqui, é que o rio, é na verdade uma raia, a água não corre, e por isso o rapaz foi encontrado hoje pelas pessoas que frequentam o local. Um caso um tanto quanto simples na verdade.
- Impressionante Holmes, a família irá ficar feliz em saber que... ou não. Desculpe, acho que feliz não foi a palavra correta a se usar.
- De fato não ficarão felizes, meu caro Watson, infeliz escolha de palavras...
E terminaram de comer observando a variedade diversificada de alunos que frequenta o local, enquanto imaginavam quanto tempo demoraria seu voo de volta para Londres.

sábado, 17 de maio de 2014

Copa do Brasil, na Alemanha

Faltam poucos dias para a copa do mundo do Brasil, ou como eles dizem por aqui, WM (Weltmeisterschaft). E como esse é um tema de interesse meu e de muitos, não poderia deixar de falar sobre ele aqui no blog.
Primeiramente, sobre as manifestações e coisa e tal que vem ocorrendo: eu realmente acredito que esse não é o momento para tal. Se eu acho que deveríamos sediar a copa? Sim, agora sim. Se me perguntassem isso lá em 2007 quando fomos eleitos para sediar o evento, ai a conversa seria totalmente diferente. No presente momento não receber a copa seria muito mais prejudicial do que vantajoso. Além disso, não existe essa questão de mostrar ao mundo nossa situação. Eu sei pois estou morando fora e vivenciando isso. Não adianta nada causar o terror dentro do país achando que algum outro governo vai vir dar uma mãozinha na revolução. As reportagens que vemos aqui sobre o Brasil são sempre focando a falta de preparo e geralmente mostram o Rio de Janeiro. Como eles encaram isso aqui? Do mesmo jeito que nós no Brasil encaramos as manifestações no Egito, por exemplo. Olha-se para a TV, alguém comenta algo como “nossa, tá tenso lá hen”, e segue para a próxima notícia. Infelizmente nenhum gringo vai tirar nosso país da lama. Não me aprofundarei no assunto pois não é esse o intuito do tópico, enfim...
Marcão e Kahn, que mora aqui em Karlsruhe por sinal
Sendo assim vamos para o segundo tema: O Brasil vai ganhar essa copa? Acho muito engraçado o fato de que em sua grande maioria, os brasileiros não estão tão confiantes na seleção do Felipão, enquanto os estrangeiros sempre colocam-na como favorita ao título. Eu particularmente não acho que temos grandes nomes como já tivemos, afinal Fred está muito longe de ser um Ronaldo ou Romario, mas com o fator torcida entramos sim para o grupo que tem grande chance de levar o caneco, juntamente com Alemanha e Espanha, mas isso é só especulação de um cara que nem acompanha tanto assim o futebol internacional.
Sobre o clipe oficial da copa, eu realmente não gostei e acho que assim como a maioria das pessoas, prefiro ainda o Waka Waka da Shakira. Não é novidade para ninguém que não sou fã do Pitbull nem da Jennifer Lopez e muito menos da Cláudia Leitte, mas verdade seja dita, nossa axézeira humilhou a JLo no samba. Não adianta, o samba ainda é exclusividade nossa, vide a propaganda que colocarei aqui no final do post.
Por último vou falar do álbum da copa. Uma das coisas que me arrependo de não ter feito na vida é ter completado o álbum da copa de 2002. Sempre que remexo nas minhas velharias e vejo lá faltando figurinhas bate uma tristeza. E por esse motivo, além da grana necessária para completar um álbum que eu resolvi nem começar a coleção. Comprei um pacotinho só pra ter a felicidade de abri-lo, mas fora isso, só estou juntando as figurinhas da seleção alemã que ganho de graça no mercado perto de casa!
E é com a propaganda do Dante, com muita vergonha alheia que termino este post.

Bjsss, abraços e boa copa para todos!

domingo, 30 de março de 2014

Money for nothing

      Seguinte galera: sempre mostrei o lado positivo de se morar na Europa, mas não se enganem, nem tudo é melhor por aqui. Olha que eu não estou falando do clima! Resolvi escrever esse tópico pois existem algumas coisas pelas quais somos cobrados que simplesmente me deixam revoltado, então lá vai:

               1 – Não se cobra dinheiro para entrar na igreja. Não importa para que será usado o dinheiro. A igreja é um lugar que qualquer pessoa deve ter acesso, ela perde completamente o propósito se tiver uma taxa de entrada. Não quero saber se existem obras lá, se você quer cobrar para as pessoas verem seu trabalho coloque-o num museu, não em uma igreja. E se quiser reformá-la coloque uma caixa de doações voluntárias, como é feito em todos os outros lugares!!! Alguém consegue imaginar São Pedro com uma banquinha de tickets para entrar no céu? Fazendo desconto para estudante?

               2 – Cobrar para utilizar o banheiro é uma das coisas mais absurdas da vida. A vontade é de usar a parede quando cobram para adentrar o sanitário. A prática muito comum por aqui é colocar uma pessoa, geralmente velhinha, de aparência apelativa, na porta do banheiro pedindo moedas pelo uso. E ás vezes elas chegam a ser violentas na arrecadação, e reclamam de moedas menores que 50 cents, acham que são pobres mas nunca nem viram pobreza de verdade. Ir ao banheiro não é um luxo, é uma necessidade, seria como cobrar para respirar, beber água, comer.... ops, isso me faz lembrar do terceiro ponto.

               3 – Cobrar para cobrar. Sim, é isso mesmo que você leu. Essa é a mais engenhosa de todas as formas de cobrança injusta. Você quer comprar algo, mas, para tanto, é necessário adentrar um recinto, e pagar para isso. Ou seja, você é obrigado a pagar para poder pagar. O perigo disso tudo é que pode se tornar uma coisa infinita. No futuro você terá que pagar para entrar no restaurante, então pagar para usar o banheiro, pagar para poder comprar bebidas, ai pagar por um suco, depois pagar pelo açúcar, e por ai vai, até onde a imaginação do dono do negócio chegar...

      Sim, esse é o tópico da mesquinharia, mas quem não gosta de economizar que atire a primeira pedra =P
Bjss, abraços e boa noite!

sábado, 15 de março de 2014

Infraestrutura e Disney

      Não, não foi dessa vez que abandonei o blog. Estava em época de provas e ainda arrumei uma viagem pra fazer nesse meio tempo, então não me restou muito tempo para escrever, mas agora que estou de férias, aqui vamos nós.

      Irei contar um pouco de como foi viajar pra Paris e Disney. Começarei enfatizando o fato de como é absurdamente fácil viajar dentro da Europa. Saí da minha cidade, Karlsruhe, e em três horas cheguei ao centro de Paris, sem nem ao menos ter que trocar de trem.
      Outra facilidade: Hostels acessíveis e, no meu caso, especializado em jovens. Apesar de ficar em quarto compartilhado, ao escolher sua reserva era possível escolher um quarto com 2, 3 ou 4 pessoas. Ou seja, pagamos por um quarto compartilhado mas ficamos os dois (eu e o Dani) num quarto particular.
      O transporte dentro (e fora) de Paris é também algo no qual deveríamos nos espelhar. Para ir tanto para Versalhes, quanto para Marne la Valle (Cidade da Disney) a facilidade é incrível. São percursos que demoram em média 45 minutos, porém acessíveis através do próprio metrô que faz ligação direta com os trens. Enquanto isso não temos ligação por trilhos nem entre nossos aeroportos e capitais brasileiras...
      Quanto aos pontos turísticos de Paris não irei me prolongar pois são os já conhecidos. Arco do Triunfo, Torre Eiffel, Bastilha (ou o que sobrou), Louvre... Único ponto ao qual gostaria de chamar atenção é o fato de que, como estudante da UE, não precisei pagar para visitar muitos deles.
      Por último e fugindo um pouco do foco principal do post, queria citar o show de fogos, água, luzes e música que encerra o dia na Disney, já de noite. Realmente foi o ponto mais alto de todo parque, na minha humilde opinião. Com um mix de vários desenhos da Disney e claro ênfase nos franceses Ratatouille e Corcunda de Notre Dame (que significa Nossa Senhora, tudo faz sentido agora, não?! hahaha), o show deixa crianças e adultos cantando e dançando como se todos tivessem 10 anos.

      Por hoje é só isso mesmo, espero que no futuro possa contar boas experiências turísticas como essa diretamente da nossa terra tupiniquim!


Bjss e abraços

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Saga da TV

               
               Há umas duas semanas estou pra escrever esse episódio que me ocorreu em uma segunda-feira, por diversos motivos, e agora finalmente achei um tempinho pra contá-lo pra vocês, então lá vai:

               Conversando com meus pais e pensado um pouco aqui resolvi comprar uma televisão. Não pra ficar assistindo algum programa específico, e sim pra escutar alemão enquanto estou no meu quarto também. Tomada a decisão fiquei na espera de uma boa oportunidade, ou seja, uma TV barata e pequena pra não ocupar minha mesa inteira.
               Domingo à noite uma oferta apareceu no grupo de vendas da cidade, 20 polegadas por 10€. Não titubiei e logo mandei a mensagem avisando do meu interesse. Combinamos tudo certinho e segunda-feira de manhã lá estava eu pegando o trem pra buscar a TV.
Voltei pra casa carregando aquele trambolho, que já não parecia tão pequeno assim, e fui fazer meu almoço pra depois ir no basquete. Sai do basquete e passei na loja de eletrônicos pra comprar o cabo necessário pra ligar a TV. Cheguei em casa e quando fui conectar vi que o cabo estava errado.
Dado que precisava arrumar algumas coisas em casa, fui só mais tarde trocar o cabo. Cheguei na loja e sem exitar trocaram meu cabo, paguei, claro, a diferença de 9€ (que não foi pouca, principalmente se compararmos com o preço da TV) e voltei pra casa.
Cheguei feliz no meu quarto para ver a TV, conectei tudo e ela funcionou perfeitamente... Perfeitamente por 15 minutos. Após isso ela simplesmente apagou. Havia sinal de vida, ela fazia um barulho, mas nada de imagem ou som. Deixei pra resolver depois o problema, tinha combinado de sair.
Voltei pra casa a noite e tentei ligar de novo a TV, que dessa vez funcionou por 4 minutos. Minha conclusão clara e óbvia foi: o alemão me passou a perna, deve ter sumido já e eu nunca mais vou ver ele na vida. Em um ponto eu estava certo, nunca mais vi ele mesmo.
Mandei uma mensagem pelo facebook falando do ocorrido com a TV e como eu estava aborrecido com o problema, dado o trabalho que me deu. Ofereci pra devolver a TV no dia seguinte. Ele não só não quis de volta a TV, como pediu mil desculpas pelo transtorno, explicando que ela estava funcionando desde a última vez que ele a havia usado. Além disso, no dia seguinte já havia depositado de volta os 10€ na minha conta.

Não preciso dizer que fiquei muito positivamente surpreso. Quando que algo assim aconteceria no Brasil? Onde foi parar nossa gentileza e confiança no próximo? Por que temos que viver nessa sociedade em que um está sempre tentando tirar vantagem do outro?


Boa noite

domingo, 26 de janeiro de 2014

Karlsruhe sob tensão

      E ai galera, como prometido no meu último post, aqui estou eu de volta! Estava pensando em escrever um post sobre uma série que eu estou terminando de assistir na íntegra somente agora apesar de ser uma série antiga, da época que não era moda assistir séries. Estou falando de "The Wonder Years". Mas acontece que eu decidi desistir da ideia pois gostaria de fazer algo como um review, com um pouco mais de informações, o que não poderia fazer agora. Então quem sabe quando terminar de assistir...
      Enfim, vim falar do que está rolando aqui em Karlsruhe. Minha cidade é uma cidade universitária com velhinhas. Sim, por mais bizarro que pareça, o povo que predomina nas ruas são idosos com seus andadores super tecnológicos e jovens de mochila. Outro fato curioso é a quantidade de intercambistas, que é alta, e se somada a quantidade de alemães de outras cidades/estados da Alemanha faz você se perguntar se realmente existem maternidades em Karlsruhe. É realmente raro encontrar um nativo.
      Agora que vocês estão ambientados, fica mais fácil entender a situação. No próximo mês nossos Vorlesungen (aulas da faculdade, basicamente) acabam. E aqui na KIT, nossa faculdade, o esquema é o seguinte: Você assiste todas as aulas e depois faz uma prova sobre tudo o que você aprendeu. Ótimo não?! (não!) Algumas matérias tem trabalhos e outras provas, para quem faz exatas geralmente a opção se restringe a fazer os dois ou só a prova, mas existe sim quem faça só trabalhos (geralmente são mais tensos nesse caso). As provas são de dois tipos, oral ou escrita. A oral são 20 minutos com o professor conversando e fazendo perguntas (alguns aceitam fazer em inglês). A escrita geralmente é um calhamaço para ser feito em uma hora.
      O que eu estou fazendo esse semestre? 3 provas orais e um trabalho. E sim, estou começando a ficar preocupado, estressado, desesperado. Agora, se eu que estou fazendo 3 matérias estou assim, imagine quem faz, como minha vizinha, 7 matérias! É o inferno na terra. E essa vibe toda pode ser sentida em todos os lugares: nas aulas, nos treinos de basquete, no trem, na rua... Resumindo, a cidade está emburrada, com olheiras, e só tende a piorar. É isso que nos aguarda no póximo mês.
      Gostaria de escrever também um pequeno comentário sobre a neve. Nevaram uns 3 ou 4 dias desde que começou o frio, mas nenhum dia com neve de verdade. Estamos no aguardo, mas a previsão do tempo sempre diz que nevará daqui uma semana, mesmo depois que passa uma semana... Será que vou ver neve de verdade aqui?! Fica a expectativa...


      Beijos e abraços a todos, e comentem =]

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Brasil x Deutschland

      Olá galera, faz tempo que eu não crio um post padrão, falando pura e simplesmente da vida e tal. Para aqueles que não sabem estou morando na Alemanha, mais especificamente em Karlsruhe. Ano passado trabalhei com iOS, mais especificamente com jogos, e desde Agosto estou no velho mundo. Dito tudo isso gostaria de fazer um post com uma comparação do meu estilo de vida aqui, com o que eu tinha no Brasil.
      Vamos por partes então:

1. Língua:
      No Brasil temos vários sotaques, com diferenças bem notáveis, expressões próprias e por ai vai. Aqui, algo que pode-se perceber, são os dialetos, que além de um novo sotaque, trazem novas palavras. Ou seja, para nós que não falamos a língua desde sempre, fica muito difícil de entender algumas pessoas. A diferença é tão grande que, no meu caso, tenho um professor, o qual compreendo 90% do que ele fala, e em compensação, outro que tenho que me esforçar muito para entender 30%.

2. Clima
      Não preciso nem dizer que é muito mais frio aqui. Porém ainda não chegamos na pior época do inverno, dizem por aqui que em fevereiro a neve cai de verdade, e não só uns floquinhos como tivemos até agora.

3. Comida
      Batata, batata, batata e mais um pouco de batata. Ela não pode faltar no cardápio do bom alemão. Seria o nosso arroz e feijão, e sim, eles comem batata, uma carne, uma saladinha, e só! Para um brasileiro fica faltando alguma coisa, mas com o tempo acostuma-se. Ou cozinha-se em casa =P

4. Cidade
      É muito difícil comparar São Paulo com Karlsruhe. São Paulo é a sexta cidade mais populosa do mundo, Karlsruhe não é nem sequer conhecida fora da Alemanha. As coisas aqui são muito mais simples e organizadas. Como por exemplo o...

5. Transporte
      Para ir até a USP eu levava em média 1 hora de um ônibus abarrotado (especialmente em começo de ano). Aqui eu demoro 15 minutos para ir a pé até a minha aula mais longe de casa. A cidade é baseada em 2 principais meios de tansporte, o trem fora da terra e a bicicleta. Todo morador de Karlsruhe que se preze precisa de uma bicicleta, e eu não sou excessão.

6. Moradia
      Para alguém que sempre morou com os pais, morar sozinho num quarto com mais 8 alemães no corredor é uma experiência completamente diferente. Basicamente ter que cuidar 100% do próprio nariz, fazer compras, lavar roupa, fazer faxina, e tudo mais em que morar sozinho implica. A parte boa de tudo isso é estar livre para fazer o que quiser quando quiser!

7. Faculdade
      Estou fazendo apenas matérias optativas aqui, pois já não tenho mais obrigatórias para cumprir no meu currículo.Uma grande diferença porém, é o conteúdo. Ele é muito mais prático e voltado para algo específico. E além disso, muitas provas são orais.

8. Segurança
      A criminalidade aqui se resume a alguns furtos
esporádicos de bicicletas. Assaltos praticamente não existem, e ocorrência à mão armada seria caso para comentar durante o ano todo.

9. Povo
      Sabe o jeitinho brasileiro? Aqui ele não só não existe como é abominado. Experimente atravessar o semáforo vermelho de pedestre para ser fuzilado por olhares incrédulos de desprezo!

10. Relacionamento
      Isso é algo bem engraçado aqui. Um casal pode se conhecer, e demorar uns 10 encontros até trocarem o primeiro beijo, e isso será considerado normal... Segurar a mão já é uma grande conquista!

11. Banho
      Europeus de fato tem um relacionamento complicado com o chuveiro. Muitos, mas muitos mesmo, não tomam banho todo dia. Além disso o chuveiro costuma ser pequeno, e com box de plástico, daquele que gruda em você durante o banho. Não vejo a hora de voltar pro chuveiro "espaçoso" do meu quarto. Ah, e roupa de cama é trocada em média de 6 em 6 meses...

      Não vou me estender mais pois o post já está enorme. Espero que tenham gostado e fiquem atentos, pretendo dar vida novamente ao blog. Não esqueçam de comentar!

Bjss e abraços

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sempre novo de novo

Olhe lá.
Lá adiante,
onde a curva da terra deixa transparecer os primeiros raios do dia.
É de lá que vem a nova energia!
Consegues senti-la?

São os primeiros rais de Sol do ano...
Hora de relembrar as metas atingidas...
Hora de refazer as promessas não cumpridas...
Hora de sonhar com o que pode ser feito da vida!

Se quiseres reparar bem,
Ser sincero contigo mesmo,
Colocar a superstição de lado,
Tirar as incoerências humanas,
Remover o pensamento do próximo,
Enterrar as esperanças sem sentido,
E deixar prevalecer o lógico,
Vais dizer que não há nada de novo...
Mas então o que resta?

É só mais uma volta da grandiosa Terra,
em torno do esplendoroso Sol.

Tudo muito incrível,
Belo,
Grande,
Distante,
Impessoal,
Frio.
E o que seria de ti, se não um amontoado de pequenesas?
Melhor agarrar-te então a mais uma, amigo.

Ano novo, vida nova, oportunidades novas.
Clichê?!
Sim,
mas inegavelmente efetivo!

Duvidas de mim?!
Vais dizer que não acreditas nas palavras de um ser insignificante!
É apenas mais um dentre os 7 mil milhões que estão por aí...


Acreditas em ti mesmo?


Feliz ano novo galera =]